terça-feira, 13 de março de 2012

Nós somos...

Os anos 80 foram férteis em séries portuguesas que ficaram para a história. 'Duarte e Companhia' foi uma delas.

A 4L vermelha, a Joaninha, o Rocha, o Lúcifer... o mauzão de olhos em bico que estava sempre a dizer 'eu não ser chinês... eu ser japonês'!

Os maus não eram assim tão maus... acabavam sempre dominados!
Os bons não eram assim tão bons... valia-lhes a Joaninha que, sozinha, dava cabo dos maus todos!

Era uma série policial, de acção e, acima de tudo, cómica. Tinha muita piada nos anos 80. E sublinho nos anos 80 porque, quando apanho um episódio na RTP Memória, não consigo ver até ao fim. Já não é a mesma coisa... perdeu o brilho.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Até que idade?...


Nos longíquos anos 90, os anúncios eram uma fonte de frases que ficavam e repetidas vezes e vezes sem conta.

'Até que idade pensas divertir-te?' foi, durante muito tempo, a pergunta que se impôs. A Matutano meteu-nos a expressão debaixo da língua, mais do que as próprias batatas que nos tentavam vender. A pergunta servia para tudo: para quebrar o silêncio, para mudar de conversa e até para responder a outras questões a que não queríamos responder.

Hoje, cerca de 20 anos depois, usei a pergunta só porque sim. Do outro lado ouvi: 'hã?'. E depois percebi: quem ali estava tem 21 anos. Nasceu em 1990. Não é o suficiente para perceber e rir-se só porque perguntei 'até que idade pensas divertir-te?'. Entre nós, trintões, a pergunta ainda se faz e todos percebem que é retórica, não necessita de resposta, apenas de um (sor)riso no final... porque nos faz lembrar aqueles anos.


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Cabelinho à 'Nhurf'

Agora temos a moda do 'cabelinho à Bieber', no meu tempo havia o 'cabelinho à nhurf'!

E o que é que isto quer dizer? O surf e, principalmente, os surfistas estavam na moda. Não era o desporto em si, mas quem o praticava. O surfista era/é tipicamente bem constituído, cabelo semi-comprido despenteado e mais ou menos louro.

Mas quem gostava mesmo sabia distinguir os verdadeiros surfistas, daqueles que gostavam de dizer que eram (só para tentar a sorte entre as miúdas), mas que nem uma prancha tinham.

O cabelo não enganava. Havia dois tipos de 'mais ou menos louro': o que era artificialmente alourado com wax e o que era freneticamente alourado com água oxigenada. O wax era pouco barato e os verdadeiros surfistas tinham que o ter para não escorregar da prancha. Os nhurfs tinham água oxigenada em casa e um louro muito mais amarelado.

Ainda hoje os surfistas são desejados, mas o 'cabelinho à nhurf', esse, já ficou para trás...

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

'Buga' à Matiné?

Nunca fui grande 'borguista'. Mas devem ser (muito) poucos os trintões que não passaram uma ou duas horas numa matiné. Eu não sou excepção!

Putos de 15 / 16 anos a dançar como se não houvesse amanhã... a pular, como se fosse um concurso de 'quem aguenta mais'... a 'fazer olhinhos' àqueles que não tínhamos coragem para falar no liceu!

Na nossa zona, o 'Lido' fazia as delícias de quem ain
da não saía à noite. Era uma alternativa aos muitos fins-de-semana em que não havia festa no liceu - também muito famosas e vespertinas. Era o mais longe que íamos, a pé (claro!), sem qualquer problemas de mobilidade, sem medo nas ruas e 'apanhando' amigos pelo caminho até já sermos um grupo suficientemente numeroso para que, mesmo que não estivesse lá muita gente nesse dia (pouco provável!), a festa estivesse garantida.

As matinés: entrar de dia... sair de dia... nem no Inverno, o regresso a casa era pelo escuro. O sonho de qualquer pai!

domingo, 6 de novembro de 2011

O 'estalo' que nos saía da boca!

Um pacotinho deixava-nos nas nuvens! Parte das semanadas eram gastas naquela 'coisa artificial' que nos fazia rir...

Peta Zetas: um qualquer granulado de caramelo(?) com diferentes sabores que, em contacto com a saliva, provocava uns estalidos engraçados e cócegas na língua e no céu da boca!
Lembro-me do sabor a laranja, a morango, a qualquer coisa indefinido que ficará eternamente na dúvida e... a cola: o preferido da m
aioria!

Independentemente do
sabor, a quantidade de corantes, conservantes, E's e outras coisas impronunciáveis, ponho as mãos no fogo em como 85% dos actuais pais não deixariam as crianças provar. Mesmo quando os próprios foram fãs e mantêm-se 'vivos e saudáveis'!


sábado, 5 de novembro de 2011

Outono


Quando andava na escola primária e falávamos das Estações do Ano, lembro-me (perfeitamente) que o Outono era aquela em que:


- começam as aulas;

- termina o calor do Verão;
- caem as folhas das árvores.

Mas começo a dar razão à minha avó que dizia: «Os homens foram à lua e estragaram o tempo todo».


Agora, em 2011, podemos dizer que já não é bem assim:

- as aulas começam no Verão;
- o calor de Outubro deste ano foi maior do que o
de Agosto;
- entretanto começou a chover 'sem dó' e as folhas nem tiveram tempo para cair.

Perdeu-se a imagem da folha caduca apanhada do chão para levar para a escola, o laranja/avermelhado do chão coberto de folhas secas e, com isto, algumas recordações de infância.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Os Cadernos de Agora

Andávamos na escola, éramos felizes e tínhamos cadernos para todos os gostos.

Qual é a diferença?

Quando se comprava o material, a escolha não era muita: havia os cadernos de capa preta (sem argolas) ou os de capa azul (com argolas). No meu caso, 'calhavam-me' sempre os pretos: é que, segundo os meus pais, as folhas 'desapareciam misteriosamente' e tornava-me dispendiosa.

Mesmo com os pais a pensar quase todos da mesma forma, ninguém tinha cadernos iguais. A corrida às revistas para recortar fotografias era grande e variada: surf, ginástica, actores, bandas musicais, etc.

Agora também há, dirão. É verdade, mas se querem um caderno dos '30 seconds to Mars' ou do 'Cristiano Ronaldo', de certeza que haverá um colega de turma com um igual. Não há originalidade. Nem gastos extra de fita-cola...

Eram autênticas 'obras de arte'! Tão boas, que muitas delas ainda aqui estão guardadas, algumas com mais de 20 anos!!!