quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Somos Tão Inteligentes (já sei porquê)

Hoje alguém se lembrou de começar a cantar: 'Arco-Íris, Arco-Íris; Quero ver-te brilhar...'

É essa a razão para acharmos que os teens de hoje são mais infantis do que nós éramos na idade deles:

* nós tivémos direito a programas como o 'Arco-Íris' ou o 'Jornalinho'. Eles têm direito às 'Bratz' e aos 'Gormitis';

* a nós explicavam-nos que o mundo estava em guerra, a eles escondemos que há pessoas com fome no mundo.

Ou eles não querem saber... E aposto que se lhes mostrarmos a verdade, eles vão achar que irá chegar um super-herói qualquer com poderes ultra-especiais que vão acabar com todo o mal que existe.

Nós tínhamos mais acesso à verdade. Eles têm mais acesso à fantasia. Não foi por isso que deixámos de crescer mais saudáveis ou conscientes.

Que volte o Carlos Ribeiro e o Pedro Mourinho. Deixemo-nos de bonecos e mais bonecos, ponham gente real à frente de um programa infanto-juvenil e mostrem-lhes o mundo antes que eles descubram por si, lá para os 30/ 35 anos quando saírem de casa dos pais...

sábado, 5 de dezembro de 2009

Tan tan taaaannnn, tan tan taann...


Se eu disser três palavras, há muita gente que vai acertar à primeira: canivete, fio eléctrico e cola.

Exacto: MacGyver. O homem fantástico que, no final da década de 80, conseguia fazer uma bomba com quaisquer três objectos que tivesse à mão, contando com o canivete suíço que só saía do seu bolso quando era estritamente necessário.

Este foi (talvez) o herói mais 'engenhocas' da TV que, em 40 minutos, sabia de um novo caso, encontrava o 'mauzão', era preso num qualquer local que tinha sempre coisas que lhe dariam jeito para de lá sair, voltava a encontrar o vilão e, desta vez, não o deixava escapar e entregava-o.

Melhor: tudo isto sem o recurso a armas de fogo, uma vez que se recusava a usar, porque era contra. Uma bomba, mesmo que artesanal, tudo bem... uma arma de fogo, NÃO!

Pacifista, inteligente, desenvencilhado e 'girito'. Richard Dean Anderson foi MacGyver (e acho que mais nada).

domingo, 18 de outubro de 2009

O 'Dot' dos Nossos Tempos

Este é o mês que marca o 17º aniversário da televisão independente em Portugal. A SIC fez 17 anos no dia 6 e, além de marcar toda uma geração que não faz a mínima ideia do que é viver apenas com dois canais, só conheceu 'parvoíce' televisiva.

E não me refiro apenas aos programas. Deve haver por aí alguém que se lembra do Dot, aquele boneco amarelo, redondo, com um sorriso parvo, que nos queria enganar ao ordenar-nos que o colássemos no canto superior direito do nosso aparelho, levando-nos a crer que poderíamos ganhar um qualquer prémio, que agora não faço a mínima ideia qual era.

Quando aparecia um Dot a cantar e a dançar no ecrã, apontava para o canto onde aparecia o tal sinal vermelho e lá íamos nós buscar um dot a correr. Onde é que os arranjávamos? Não era em pacotes de batatas fritas, mas qualquer coisa do género! Acho que era em revistas de televisão.

Mas este foi só o princípio do fim. Seguiram-se os 'ponha! ponha!', 'surprise! surprise!', as cantorias parvas, os desconhecidos fechados numa só casa, os supostos vips a tentarem imitar gente normal e as quatro novelas na mesma noite.

Depois dos dois únicos canais, a nossa sorte foram os canais por cabo.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Talvez.. o quê?

Hoje não tem a ver com o que se lembram ou não. Tem a ver com o tempo que já passou.
Fui a um concerto de Pedro Abrunhosa no dia 19. Sou grande fã de Abrunhosa e lembro-me que, quando apareceu, ouvia-se por todo o lado, toda a gente sabia as letras e eu (talvez só para ser diferente) não achava piada nenhuma. Pouco tempo depois comecei a ouvir, a cantar e a ir a concertos.

Mas no passado sábado, quando estava a apresentar a próxima música, Pedro Abrunhosa disse: 'Esta música tem uns 13 anos. Não: é capaz de já ter 14!'. A música era 'Talvez Foder' (desculpem o palavrão, mas é o seu nome) e tem realmente 14 anos. Quando cheguei a casa fui ver no meu CD e cá está: compilação de 1995.

Meu Deus... 14 anos... e tal como Pedro Abrunhosa disse: 'a letra ainda está tão actual'!

'Há Bombas em Belfast e em Beirute

e preciso afinar o azimute.

E eu e tu o que é que temos que fazer...?

Talvez f...r. Talvez f...r.

(...)'

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Tou... que não tou!

Muito giro! Hoje estivémos a falar de Bollycaos. Como eu costumo dizer: 'Um Bollycao por dia dá saúde e alegria'. Adoro!

O mais giro foi estarmos quatro pessoas à conversa: duas trintonas, uma quarentona e uma de 'vintinha'. Nem demais, nem de menos. Só as de 30 é que se lembravam da colecção 'Tou'. Era muito gira, essa colecção. Os cadernos andavam forrados com 'Tou', no quarto havia um 'Tou' aqui e outro ali, alguns até foram parar ao frigorífico sem ninguém saber como!?!

A mais nova, nos frigoríficos, só os imans. A mais velha, o frigorífico só leva coisas «por dentro, não por fora'.

Posso avisar, desde já, os trintas que gostam de Bollycao e da colecção 'Tou' que ela está de regresso. Um regalo para mim que vou ter ainda mais uma razão para comer um Bollycao por dia!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Cheguei aos 32

Já não tenho só 31. Já tenho 32 anos. A vida é assim: os anos passam.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

25 Anos de Ouro

Faz esta madrugada, de 11 para 12 de Agosto, 25 anos que o Carlos Lopes venceu a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Los Angeles.

Faz agora umas poucas horas que eu tive a triste ideia de comentar com a estagiária que estava ao meu lado: 'xiii! Já faz 25 anos? Lembro-me tão bem. A maior parte dos portugueses ficou acordada para o ver chegar à meta. Lembras-te?'

A resposta que eu ouvi foi simplesmente: 'Não... é um bocadinho difícil, não achas?'

Pois... é que ela só tem 20 anos e eu nem pensei nisso. É que já está a estagiar! Como é que é possível que uma pessoa que já acabou um curso superior não existisse ainda quando o Carlos Lopes venceu a Maratona? E estamos a falar de 20 anos, não de 15!

Sou mesmo eu que estou a ficar velha, foi o meu último pensamento. E não falei mais disto a ninguém até chegar a casa e 'desabafar' na Máquina de Escrever.

terça-feira, 7 de julho de 2009

1996

Hoje, eu e o meu marido fazemos 13 anos de namoro. Bem sei que não são os 14/ 15 com que ando sempre a 'implicar'... mas já é uma vida!

Uma vidinha bem crescida, diga-se. Até porque não começámos a namorar cedo, ou seja, já tínhamos muito tempo para trás. Melhor dizendo: já tínhamos um teenager para trás (e outro pela frente, já agora!).

1996 foi um ano muito especial para aqueles que nasceram nele. Mas foi também o ano em que Portugal (voltando ao futebol) perdeu com a República Checa (já separada da Eslovaca) no Europeu de Inglaterra, por um golo de Karel Poborský, no ano seguinte a jogar pelo S.L.Benfica. Ficámos, então, pelos quartos-de-final, enquanto eles foram vice-campeões ao perder por 2-1 com a Alemanha que se sagrou campeã.

Foi o ano dos Jogos Olímpicos de Atlanta. Foi o ano em que fomos representados no Eurofestival da Canção pela Lúcia Moniz, com a canção 'O meu coração não tem côr', a melhor classificada até hoje. Foi (mais um) ano em que o café custava p'raí uns 45 escudos. Foi o ano em que o Centro Histórico do Porto se tornou Património da Humanidade pela Unesco.

E poderia continuar. Mas não vale a pena. Já são muitos anos. Uma vida, aliás!

Parabéns a nós!

terça-feira, 23 de junho de 2009

Conversão

Bem sei que 2002 não está assim tão longe... mas sete anos é metade de uma vida (para alguns)!

Nós recebemos semanadas e mesadas em escudos. Eles pedem 10 euros aos pais. Nós comprámos pastilhas a 'dois e quinhentos'. Eles têm que pagar quase dez vezes mais, a 10 cêntimos. O Figo custou 60 mil contos ao Barcelona, para sair do Sporting. O Manchester levou 94 milhões de euros pelo Cristiano Ronaldo.

Há aqui algumas diferenças...

Não é só o preço. É a moeda! Dizem que o euro é a moeda única, mas o escudo foi 'único' para nós. Só nós é que o tínhamos. Só nós é que tínhamos a 'quinhenta', o 'conto' e os famosos 'mil réis'.

Já são raras as vezes que fazemos as contas, mas há alturas em que é inevitável: para quem comprou uma casa há mais de sete anos, quanto é que custou em euros? Para quem comprou um carro há mais de sete anos, quanto é que custou em euros? Para quem tem 30 anos, qual foi o valor da primeira mesada?

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Encaixar = Tetris

Estava em casa a arranjar inspiração para acabar um trabalho que tenho para fazer quando me lembrei: TETRIS. Vai um joguinho, outro, e lá se foram mais uns largos minutos de trabalho...

Os trintões fazem parte da ‘Geração Tetris’. Hoje, os teens nem sabem que jogo é esse, nem como se joga. Aliás, nem sabem o que é isso...

É uma tristeza para eles e nem sabem o que perdem! Até na casa de ba
nho havia uma ‘maquineta’ rasca para nos ‘inspirarmos’, não para trabalhar, mas para fazer a nossa ‘obra’.

Peça a peça, nível a nível, era uma conquista cada vez que conseguíamos ir mais longe e pôr o nosso nome em primeiro, à frente do nosso pai, irmão ou qualquer outro que tivesse passado pela casa de banho antes de nós nesse dia.

Mostrou-nos o real sentido do verbo ‘encaixar’ e fez 25 anos há uns dias. Parabéns Tetris! A geração dos trintas agradece os momentos que partilhaste connosco.


domingo, 24 de maio de 2009

'Curto-te bué'

Que prova de amor poderia ser maior do que ouvirmos do nosso 'mais que tudo' a frase: 'curto-te bué'? Também tínhamos a 'curto-te molhos' ou a 'curto-te tótil', mas nada era tão importante para contarmos às amigas do que o 'curto-te bué'.

Era sinal que tínhamos encontrado o amor da nossa vida, que era para casar ou (pior): que estava na altura de fugir, porque o outro já queria mais do que nós.

Mas esta foi uma frase que perdurou anos e anos. Ainda hoje estas palavras se ouvem, mas separadas. Mais o 'bué', é certo. Aliás, o 'curto' até já parece um bocadinho 'cota'... quanto mais o 'curto' relacionado com alguém.

Eram palavras que os nossos pais (que muitos deles já são avós hoje em dia) não 'curtiam' ouvir. Não nos entendiam se nos viam com um rapaz e, ao perguntarem-nos já chocados, se era nosso namorado, nós respondíamos: 'Não! É só uma curte!', sem perceber que podiam ficar mais descansados, uma vez que não se passava de beijos.

O que é que isso queria dizer, questionavam-se. Tal como agora: perguntem lá a um teen se já teve alguma 'curte'. O que é isso? (tal como os nossos pais). Agora só querem namorar a sério e ter sexo depressa. Isso é crescer.

Mas por esta ordem de ideias, e se eles é que fazem a mesma pergunta que os nossos pais, quem é que está velho???

terça-feira, 19 de maio de 2009

O Markl Emprestou-me Porque Se Encaixa Perfeitamente

A juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida. E está perdida porque não conhece os grandes valores que orientaram os que hoje rondam os trinta. O grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando lhe falei no Tom Sawyer. 'Quem?', perguntou ele. Quem?! Ele não sabe quem é o Tom Sawyer! Meu Deus... Como é que ele consegue viver com ele mesmo? A própria música: 'Tu que andas sempre descalço, Tom Sawyer, junto ao rio a passear, Tom Sawyer, mil amigos deixarás, aqui e além...' era para ele como o hino senegalês cantado em mandarim.


Claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não conhece outros ícones da juventude de outrora. O D'Artacão, esse herói canídeo, que estava apaixonado por uma caniche; Sebastien et le Soleil, combatendo os terríveis Olmecs; Galáctica, que acalentava os sonhos dos jovens, com as suas naves triangulares; O Automan, com o seu Lamborghini que dava curvas a noventa graus; O mítico Homem da Atlântida, com o Patrick Duffy e as suas membranas no meio dos dedos; A Super Mulher, heroína que nos prendia à televisão só para a ver mudar de roupa (era às voltas,lembram-se?); O Barco do Amor, que apesar de agora reposto na Sic Radical, não é a mesma coisa. Naquela altura era actual... E para acabar a lista, a mais clássica de todas as séries, e que marcou mais gente numa só geração: O Verão Azul. Ora bem, quem não conhece o Verão Azul merece morrer. Quem não chorou com a morte do velho Shanquete, não merece o ar que respira. Quem, meu Deus, não sabe assobiar a música do genérico, não anda cá a fazer nada.

Depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não passaram, o que os torna fracos:Ele nunca subiu a uma árvore! E pior, nunca caiu de uma. É um mole. Ele não viveu a sua infância a sonhar que um dia ia ser duplo de cinema. Ele não se transformava num super-herói quando brincava com os amigos. Ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos que roubávamos nas obras e que depois personalizávamos. Aliás, para ele é inconcebível que se vá a uma obra. Ele nunca roubou chocolates no Pingo-Doce. O Bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma canção. Confesso, senti-me velho... Esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador. Tudo bem, por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara Croft.

Óbvio, nunca caíram quando eram mais novos. Nunca fizeram feridas, nunca andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros. Hoje, se um miúdo cai, está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e fazer exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em casa fazer tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído. Doenças com nomes tipo 'Moleculum infanticus', que não existiam antigamente. No meu tempo, se um gajo dava um malho muitas vezes chamado de 'terno' nem via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra espalhada por cima não estancasse.

Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas, porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos. Um gajo na altura aprendia a viver com o perigo. Havia uma hipótese real de se entrar na droga, de se engravidar uma miúda com 14 anos, de apanharmos tétano num prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia para ir para a praia. E sabíamos viver com isso. Não estamos cá? Não somos até a geração que possivelmente atinge objectivos maiores com menos idade? E ainda nos chamavam geração 'rasca'... Nós éramos mais a geração 'à rasca', isso sim. Sempre à rasca de dinheiro,sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na universidade, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o carro. Agora não falta nada aos putos. Eu, para ter um mísero Spectrum 48K, tive que pedir à família toda para se juntar e para servir de presente de anos e Natal, tudo junto. Hoje, ele é Playstation, PC, telemóvel, portátil, Gameboy, tudo. Claro, pede-se a um chavalo de 14 anos para dar uma volta de bicicleta e ele pergunta onde é que se mete a moeda, ou quantos bytes de RAM tem aquela versão da bicicleta. Com tanta protecção que se quis dar à juventude de hoje, só se conseguiu que 8 em cada dez putos sejam cromos. Antes, só havia um cromo por turma. Era o totó de óculos, que levava porrada de todos, que não podia jogar à bola e que não tinha namoradas. É certo que depois veio a ser líder de algum partido, ou gerente de alguma empresa de computadores, mas não curtiu nada.'

(Nota: ...os chocolates não eram gamados no 'Pingo Doce'... Ainda se chamava 'Pão de Açúcar'!!!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Onde estás ó Zé, yô?

Com o novo acordo ortográfico, a Ana Faria e os Queijinhos Frescos nunca teriam existido!

'Onde estás ó ZéÉ / Vem brincar p'raqui / Estou no balancéÉ / E a lição já liiii / E o que fizeste ao 'i'? / Tirei-o do 'lete' e 'púzio' no 'caféi'!

Nem p
ensar! Não pelos erros ortográficos, extremamente bem explicados, e pela 'delicadeza' da nossa actual ministra da educação Maria de Lurdes (porque nós apanhámos senhores como o Carneiro).

Apenas porque esta música (tão nossa conhecida) não tem 'yés' e 'yôs' pelo meio. Não há 'bués', 'tá-se' ou
'mô', de 'meu amor'.

Conclusão: quem nasceu já nos anos 90 tem muito mais tempo do que nós, os anteriores. E porquê? Só o tempo que eles poupam em palavras inteiras vale uma vida!...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

'Geração de Ouro'

Não se pode chamar a dois ou três gatos pingados... ‘Geração de Ouro’.

‘Geração de Ouro’ foi a que nos levou aos ‘píncaros’ (outra palavra tipicamente trintona) em finais de 80 / inícios de 90. Não tínhamos nenhum Cristiano Ronaldo... mas também não precisávamos dele.


Tínhamos Figo, Rui Costa, João Pinto, Fernando Couto, Capucho, Brassard, Paulo Sousa, Jorge Costa.... e Peixe.

O quê? Tu que tens 14 / 15 anos não sabes quem é o Peixe? Foi apenas considerado o melhor jogador do Campeonato do Mundo Sub-20 de 91.

O quê? Tu que tens 14 / 15 anos não fazias ideia que já nessa altura havia campeonatos do mundo de júniores?

Até te digo mais: realizou-se em Portugal... e acreditas que não se construiu nenhum estádio para isso? Acreditas que foi o nosso Bi-Campeonato, depois da também vitória do Mundial Sub-20 de Riade’89 (Arábia Saudita)? Acreditas que na final do Portugal’91 (contra o Brasil) VENCEMOS? Acreditas que o Estádio da Luz (o antigo, claro...) levou cerca de 140 MIL pessoas bem apertadinhas?

As ruas encheram-se com as nossas cores, buzinas e muita euforia. Esta sim, foi uma ‘Geração de Ouro’! Estes foram anos felizes para o futebol português!

terça-feira, 5 de maio de 2009

Vasco Granja e a Checoslováquia

Quem não se lembra dos bonecos animados checoslovacos que tínhamos que 'gramar' antes de conseguirmos ver apenas cinco minutos de Bugs Bunny?

Foi assim a nossa infância: a aquelas 'coisas' de plasticina a mexerem-se de um lado para o outro, a nossa incompreensão em relação ao que estávamos a ver e as explicações do 'mestre' Vasco Granja.

E acho oportuno escrever sobre isto hoje, uma vez que Vasco Granja faleceu na madrugada de 3 para 4 de Maio. Esta é uma singela homenagem a um homem que todos os trintões reconhecem.

E para acabar... aposto que nenhum jovem de 14/ 15 anos sabe sequer que a República Checa e a Eslováquia já foram UM e apenas UM país: a Checoslováquia dos bonecos animados.

terça-feira, 21 de abril de 2009

A Expo98

É garantido que quem tem 14/ 15 anos não se lembra da Expo98, dedicada aos Oceanos.

Mais não seja porque, na altura, tinham à volta dos três anos. Por isso é compreensível!

Mas dos trintões portugueses, quem não passou por lá nem um dia? Não 'torrou' ao sol nas filas dos pavilhões? Não 'roubou' um banquinho de papelão a alguém?

Quem não se lembra do edifício do Vasco da Gama como a entrada principal da Expo98 e não apenas como um centro comercial à beira rio plantado? Quem não ficou a conhecer os Silence 4 naquela última noite? Agora... só David Fonseca.

E o fecho de cada dia com o espectáculo de fogo de artifício no lago do Oceanário?

E... e... e...

Ficaríamos aqui muito tempo. Aposto que cada um tem uma história para contar!

Mas para os de 14/ 15?... a história é outra: são as lojas do centro comercial, é o concerto dos (já extintos) DZR'T, são os bares (que entretanto já mudaram de mãos e nomes umas quantas vezes) para uma noitada de loucura.

Agora a confusão daqueles cinco meses de 1998? Essa memória pertence-nos!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

'O' Pequeno-Almoço!


'Ó Tuli, o pão é com quê? TULICREME, já se vê! É tão bom tuli, tuli, TULICREME.'

Cacau, Caramelo ou Avelã. Era só escolher. Lá em casa era mais de Cacau ou Caramelo. O de Avelã deixava um bocadinho a desejar...

Realmente os tempos mudam: quem não comeu uma boa carcaça estaladiça de tão fresca, comprada na padaria da esquina (e não a 'bolinha' do supermercado) carregada de Tulicreme, acompanhada com um grande 'copázio' de leite com Toddy, à espera de ter idade para começar a beber leite com Mokambo (Diga bom dia com Mokambo, Mokambo, Mokambo... O gosto bom, bom, bom, bom, bom... Mokambo, Mokambo...)?

Eram uns pequenos-almoços do caraças, não eram? Era aquela altura em que ainda se comia margarina em vez de manteiga porque era mais barata e não porque era mais saudável por ser vegetal, em vez de animal. A Planta fazia furor há 30 anos.

E cereais? Alguém se lembra de mais alguma coisa sem ser os Corn Flakes, a Cerelac, o Nestum e o Pensal? Ai, o Pensal... lembrando agora, aquilo não tinha sabor, mas na altura caía bem! Vieram mais tarde as Estrelitas, os Chocapics e as Crepitas (que comprava com o dinheiro da semanada e comia a seco como almoço, porque gostava mesmo do sabor daquilo). Já não existem. É uma pena...

sábado, 21 de março de 2009

Mas Que Rato Tão Curtido...

Um rato com duas orelhas enormes e uma voz irritante levava-nos ao êxtase na infância! O Topo Gigio foi um ícone da nossa juventude. Mais um, entretanto, esquecido.

Olhando para trás, pensamos: era um boneco animado, que tinha uma amigo humano, o Rui, e era apaixonado pela Paulinha (outra humana). Também cantava e fazia sapateado. Agora não faz sentido, mas há mais de 20 anos servia para os nossos pais fazerem chantagem connosco.

Eram poucos minutos ao domingo que nos deixavam felizes.

De um original italiano e com uma tradução fabulosa, ensinou-nos novas palavras, como o vebro curtir, com a música 'Topo Gigio, Topo Gigio, mas que rato tão curtido...'

Foi o princípio do merchandising com lancheiras, singles, estojos e cromos. Enfim, mais um ponto alto da juventude dos actuais 'trintões', que não vingou até aos actuais 'teens'.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Jogos Sem Fronteiras

Não sei há quantos anos foi a primeira edição, nem sequer a última. Mas quem não se lembra dos 'Jogos Sem Fronteiras'?

Talvez alguém entre os 10 e os 20 anos!

À segunda-feira à noite, famílias inteiras juntavam-se em frente à televisão para ouvir o Eládio Clímaco e ver a nossa equipa 'verde' a subir e descer postes, correr sobre pistas molhadas, tentar encher o mais rápido possível uma tina de água com colheres de sopa. Ou seja, fazerem figuras 'parvas', mas que Portugal adorava, até porque, uma vez por semana, tornávamo-nos os melhores da Europa dos (p'raí) seis.

No dia seguinte, o programa era motivo de falatório nas escolas, nos empregos, entre vizinhos.

Era muito divertido e 'inocente'. E os comentários do Eládio Clímaco 'batiam' qualquer Ana do Carmo, Ana Zanatti e outras que mais tarde se juntaram, mas não tinham o mesmo 'brilho'.

Foi o início do fim, com muita pena nossa! E os adversários eram de peso: Espanha, Itália, França, Suíca... podia vir qualquer um! Niguém batia Leiria, Coimbra ou mesmo Castelo Branco.

Que saudades desta inocência...


sábado, 14 de março de 2009

"The Final Countdown"

O que é "Europe" para alguém com 14/15 anos? Apenas "Europa" em inglês.

E para nós, os trintões?

Não será também um grupo musical que fez furor nos anos 80 apenas com uma música? "The Final Countdown". Ainda hoje cantamos, com um bocadinho de vergonha, admito.

Lembrei-me porque estava a ver a VH1, canal de música para trintões, e começou o programa "The Final Countdown", em que o genérico é acompanhado com a guitarrada que qualquer um com mais de 28 anos sabe identificar.

Só é pena ficar sempre o gostinho de ouvir o resto da música, que não é por aí além, mas que há-de ser sempre uma recordação.


quarta-feira, 4 de março de 2009

Diferença de idades

Como é que se explica a uma rapariga de 14 anos o que é uma máquina de escrever?

Muito provavelmente da mesma forma que eu:
'ESTOU VELHA!
'

Eu não me considero velha, tenho 31. Mas já no outro dia, com a mesma rapariga, dei por mim a dizer:
'Tenho mais 17 anos que tu. Podia ser tua mãe...'

Mas voltando à máquina de escrever: 'foi uma das coisas que o computador veio substituir', disse-lhe. E t
entei explicar que funcionava como carimbos (isso ela sabia o que era) e que, por isso, não convinha enganar-se. Os trabalhos demoravam mais tempo porque, além de não podermos corrigir, não tinha memória como um computador.

Até que me lembrei do que tinha à minha frente: um COMPUTADOR com internet.

www.google.pt. Máquina de escrever. Imagens.

E lá apareceram várias.

Ao que chegámos: gajos novos, como nós, a explicar a 'chavalos', como ela, o que é uma máquina de escrever.

O que se seguirá? Dar corda ao relógio? Um walkman? Cassetes?

Não somos nós, os trintas, que estamos velhos. Os 'teens' é que nasceram numa era em que tudo deixou de existir e foi substituído.