domingo, 24 de maio de 2009

'Curto-te bué'

Que prova de amor poderia ser maior do que ouvirmos do nosso 'mais que tudo' a frase: 'curto-te bué'? Também tínhamos a 'curto-te molhos' ou a 'curto-te tótil', mas nada era tão importante para contarmos às amigas do que o 'curto-te bué'.

Era sinal que tínhamos encontrado o amor da nossa vida, que era para casar ou (pior): que estava na altura de fugir, porque o outro já queria mais do que nós.

Mas esta foi uma frase que perdurou anos e anos. Ainda hoje estas palavras se ouvem, mas separadas. Mais o 'bué', é certo. Aliás, o 'curto' até já parece um bocadinho 'cota'... quanto mais o 'curto' relacionado com alguém.

Eram palavras que os nossos pais (que muitos deles já são avós hoje em dia) não 'curtiam' ouvir. Não nos entendiam se nos viam com um rapaz e, ao perguntarem-nos já chocados, se era nosso namorado, nós respondíamos: 'Não! É só uma curte!', sem perceber que podiam ficar mais descansados, uma vez que não se passava de beijos.

O que é que isso queria dizer, questionavam-se. Tal como agora: perguntem lá a um teen se já teve alguma 'curte'. O que é isso? (tal como os nossos pais). Agora só querem namorar a sério e ter sexo depressa. Isso é crescer.

Mas por esta ordem de ideias, e se eles é que fazem a mesma pergunta que os nossos pais, quem é que está velho???

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